quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Métodos Estratigráficos - Radiométricos

Os métodos estratigráficos denominam-se  por paleontológicos, químicos e físicos. Sempre que aplicados aos estudos das rochas, estes métodos possibilitam estabelecer correlações entre unidades estratigráficas, sendo essa a sua grande vantagem. Contudo, estes ainda são utilizados também para conhecer e descrever rochas de determinada região.

Métodos Radiométricos

O método radiométrico ou radiometria, consiste na aplicação de técnicas nucleares que permitem determinar a distribuição de uma série de elementos presentes nos minerais e rochas que formam a terra. Entre os elementos químicos evidentes nesses minerais, os elementos radioactivos naturais provocam maior interesse pelo seu valor económico, estratégico  e pelo seu uso nos métodos geo-cronológicos (métodos que possibilitam estimar a idade de determinada rocha ou mineral), através da razão isotópica entre os vários elementos radioativos entre os diversos elementos radioativos, como o urânio, o tório e o potássio, e suas séries radioativas.


fig.1- Imagem radiométrica - contagem total


Principais Técnicas e Aplicações
Este método é atualmente utilizado para mapeamento geológico, reconhecendo as litologias através do conteúdo radiativo. Outra aplicação semelhante reside na injeção de solução radiativa artificial (traçador) no subsolo ou num aquífero
seguindo depois a trajetória dessa solução. Sendo o alvo neste situação exemplar,  a averiguação da eventualidade de infiltrações que possam vir a contaminar o aquífero.
Já em termos laboratoriais há um vasto número de aplicações. A área da geofísica apelidada de Geofísica Nuclear é caracterizada pela utilização de métodos e técnicas que envolvam a radioatividade.
Algumas das aplicações mais importantes é a viabilidade de determinar a idade das rochas pelo estudo das razões entre certos elementos radioativos e seus produtos. Sendo os métodos mais usuais o K-Ar (Potássio-Argônio), Rb-Sr (Rubídio-Estrôncio), U-Pb (Urânio-Chumbo), Ar-Ar entre outros. Estes métodos aplicam-se dependendo do tipo de rocha e da idade aguardada através de observações geológicas.
Ainda em laboratório pode-se igualmente determinar a quantidade com precisão com que os elementos radioativos ou seus isótopos apresentam-se numa rocha. Estas observações poderão evidenciar  diversos aspectos da história geológica da rocha ou estabelecer comparações entre vários géneros análogos de um mesmo tipo de rocha. Como exemplo, por um lado temos a formação de rochas pela mesma fonte de magma no caso de rochas ígneas e por outro lado se advém  da mesma rocha-fonte, através da erosão no caso de rochas sedimentares.

fig.2- Método de datação absoluta (datação radiométrica)

Algumas desvantagens deste método:

Do ponto de vista teórico poderia ser dos melhores critérios de cronocorrelação, e em definitivo da correlação estratigráfica. Na verdade, se pudesse ser determinada instrumentalmente, com facilidade e precisão, a idade absoluta de diferentes secções estratigráficas comparadas em tempo entre elas seria muito simples. Na prática, é completamente diferente, tanto assim que os métodos  radiométricos  são usados como métodos de correlação, apenas em certas circunstâncias muito limitadas.
As razões fundamentais para esta grande diferença entre a abordagem teórica e prática são três.

  • A necessidade de dispor de equipamento instrumental muito complexos com elevado custo de manutenção.
  • As datações radiométricas se realizam essencialmente sobre rochas ígneas e não sobre rochas sedimentares, de modo que a correlação séria possível apenas quando houvesse rochas vulcânicas intercaladas entre as sedimentares em secções estratigráficas.
  • A margem de erros de medidas (1 - 5%) significa que em medidas efectuadas em materiais antigos chega a ser de dezenas de milhões de anos, intervalo de tempo muito superior ao grau de resolução de outras técnicas de correlação.


Conclusões obtidas neste método:

Na prática as técnicas radiométricas se utilizam como métodos de correlação estratigráfica nada mais   que em alguns casos concretos em que normalmente se cumpre alguma das três circunstâncias seguintes:

  • Em causa, em sedimentos recentes ( últimos 35.000 anos ) na qual é possível aplicar a técnica de  14C (aplicável directamente nos sedimentos) que fornecem dados sobre a taxa de sedimentação deste intervalo de tempo e a frequência de alguns eventos. 
  • Materiais envolvidos no Precámbrico não estão disponíveis em outros critérios na ausência de fósseis de interesse bioestratigráfico. A correlação com materiais précambricos de áreas geográficas diferentes somente se podem realizar a partir de datações contendo rochas ígneas.
  • Queremos comparar materiais estratificados desprovidos de fósseis (azoicos) mas mostrando intercalados rochas vulcânicas. Desta forma existe uma correlação global, mas também se aplica a nível regional e local, embora com meio grau de precisão, devido aos factores mencionados anteriormente.
Finalmente, deve-se notar que a datação radiométrica realizada em rochas vulcânicas intercaladas entre rochas sedimentares, que também forneceu uma datação precisa de fósseis serve para aumentar a base de dados que é baseada na escala de tempo calibrada para idades absolutas. Para que os dados de uma datação radiométrica específica possa ser usado para aumentar o banco de dados, é necessário estabelecer uma correlação mundial com a escala estratigráfica de referência, usando métodos biosestratigráficos e simultaneamente, quando apropriado magnetoestratigráfia.


Referência Bibliográfica:

Vera Torres, J. A. (1994) - Estratigrafia - Principios y Métodos, Ed. Rueda, Madrid, 519-520 Pág.

<http://www.iag.usp.br/~eder/apostila/METODOS_GEOFISICOS.pdf>Página consultada a 27 de Dezembro de 2011.
<http://www.geofisicabrasil.com/metodos.html>Página consultada a 28 de Dezembro de 2011.

Figuras:

http://www.scielo.br/img/revistas/rbg/v22n1/a04fig02.jpg
http://www.cientic.com/imagens/qi/idade/idade_05.png





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